tag:blogger.com,1999:blog-4684834270257901626.post4631604147962982689..comments2023-05-24T12:10:49.165+02:00Comments on a casa da lapa: O(s) inferno(s)Helena Onetohttp://www.blogger.com/profile/04890189290334070048noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-4684834270257901626.post-33481278697511803762010-08-16T09:47:58.118+02:002010-08-16T09:47:58.118+02:00Adorei esta sua narrativa! Fez-me sorrir pela manh...Adorei esta sua narrativa! Fez-me sorrir pela manhã, a imagem do seu desinteresse pela "vida de Jesus e as orações", bocejando e coçando-se... Eu escapei-me da educação religiosa, pois o meu pai era um ateu fervoroso, tal como o meu avô. Mas fui baptizado, que a isso raramente se escapava...francisco onetohttps://www.blogger.com/profile/15417090517476431922noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4684834270257901626.post-2293268306685303792010-08-16T02:39:45.539+02:002010-08-16T02:39:45.539+02:00Caro Francisco,
Li a sua magnífica dissertação com...Caro Francisco,<br />Li a sua magnífica dissertação com muita atenção.<br />Imagino muito bem a impressão que o "Inferno" lhe causou e já percebi o horror que tem a “outros infernos” menos espectaculares...<br /><br />Os meus medos começaram por volta dos seis anos quando vi o inferno em desenho no livro de catecismo!<br />O meu pai pediu ao capelão da Taipa, um velho padre de batina e chapeu, para nos dar aulas de catequese em casa. O sr. padre ia uma vez por semana, à tarde, e começava por lanchar (invariávelmente refresco de café com limão e bolachas de água e sal com manteiga) antes de nos ensinar a sermos "boas meninas". A minha irmã ouvia (e aprendia) tudo religiosamente. Eu bocejava, coçáva-me, perguntava todos os dois minutos quando é que podia ir brincar. Por não ter aprendido a vida de Jesus e as orações de cor, o sr. padre, com sermões e ameaças de inferno, privou-me de primeira comunhão, o que na altura, não me afetou nada. O grande dia chegou. A Sé de Macau estava cheia de senhores e senhoras vestidos de domingo. As mães, de chapéu, acompanhavam, orgulhosas, as filhas com longos e rodados vestidos de “organdi” branco e véus de tule com rendas e lacinhos. Quando vi a minha irmã Isabel "vestida de noiva" fiquei “de trombas”, fiz birra, chorei que me fartei e ainda levei uns tabefes para me calar!<br /><br />O inferno, o verdadeiro, é este mundo palco das maiores atrocidades, infligidas a pessoas indefesas e inocentes, a que assistimos sem ficar, aparentemente, apavorados.<br />Bem haja querido primo.Helena Onetohttps://www.blogger.com/profile/04890189290334070048noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4684834270257901626.post-9921301810346722302010-08-15T14:47:03.320+02:002010-08-15T14:47:03.320+02:00Cara Helena, obrigado pelo link!...
A temática é i...Cara Helena, obrigado pelo link!...<br />A temática é imensa e as ideias fervilham, recuperando memórias no braseiro incandescente dos abismos do Ser. Empédocles, o velho xamã, atirou-se para a boca de um vulcão...; o tema associado da metalurgia e das ambiguidades simbólicas dos ferreiros (Caim foi o primeiro a submeter o metal) é igualmente fértil. Mas um dos tópicos sem o qual a dissertação não ficaria completa é o da tortura. Naquela tela, há pessoas a serem torturadas, penduradas de cabeça para baixo, ardendo em fogo lento, etc. Creio que hoje, com o tipo de séries de desenhos animados e filmes que todos os miúdos vêem, esta tela já não teria o efeito que terá tido, talvez, noutras gerações de crianças. Creio que é de sublinhar não só que a morte e o sofrimento existem mas, sobretudo, que há castigos que consistem em infligir sofrimento a pessoas indefesas. Fica em suspensão, entre parênteses, aquilo que de mais humano julgamos haver na humanidade. E aqui começam as questões verdadeiramente interessantes, para além da contingência biográfica que motiva a reflexão.<br />Beijosfrancisco onetohttps://www.blogger.com/profile/15417090517476431922noreply@blogger.com