Hoje procuro um lugar sublime para a lembrar perdoe se é aqui que me venho aconchegar mas nesta casa que há meses descobri em noite de eclipse sinto que as palavras e os medos se habituam e há um canto onde fico" no meu canto" e uma janela que posso abrir ao vento desculpe-me Helena se aqui entro
Amanhã, vinte e um, era o seu dia eu abria o Verão ela o fechava Foram tantas festas, riso, sedução em tudo era melhor Mais alta, mais bela, mais inteligente e quando alguém se esquecia do seu encanto ela com gestos de pavão lembrava...
Foi longe nos sonhos e projectos nada a vencia lutou por um País diferente nada a demovia escolheu para tema do seu doutoramento a poesia inglesa" mais medieval" aprendeu a língua estranha e os costumes e sonhava sem medo com o dia em que diria tudo o que fizera frente aos "Doutores"
Estava tudo pronto resmas de papel e informação quando chegou a foice da doença e trouxe a morte pela mão
Eu só era melhor a fazer versos e quando crianças, à noite, à desgarrada a nossa mãe ralhava que era tarde debaixo dos lençois se abafava a gargalhada
Durante meses de tormenta olhaste nos meus olhos como se apenas eu te pudesse proteger como nos velhos tempos do Liceu
Amanhã vou até lá contar-te as novidades nem sei se te fale deste país mas das nossas meninas e meninos falarei decerto
um dia uma borboleta branca afagou-me o rosto naquele lugar diferente, lá no cimo da colina onde há lagos, patos e ruínas de moinho e eu pensei que eras tu ou quis pensar
Amanhã como sempre levarei flores para ti e para ela Sofia de Mello Brynner que Deus quis fosse tua vizinha do lado
Quero acreditar que em noites de luar dirão à desgarrada poemas como nós
Boa noite :) beijinho
ResponderEliminarSaudades da minha irmã Carmo
ResponderEliminarHoje procuro um lugar sublime para a lembrar
perdoe se é aqui que me venho aconchegar
mas nesta casa que há meses descobri em noite de eclipse
sinto que as palavras e os medos se habituam
e há um canto onde fico" no meu canto"
e uma janela que posso abrir ao vento
desculpe-me Helena se aqui entro
Amanhã, vinte e um, era o seu dia
eu abria o Verão
ela o fechava
Foram tantas festas, riso, sedução
em tudo era melhor
Mais alta, mais bela, mais inteligente
e quando alguém se esquecia do seu encanto
ela com gestos de pavão
lembrava...
Foi longe nos sonhos e projectos
nada a vencia
lutou por um País diferente
nada a demovia
escolheu para tema do seu doutoramento
a poesia inglesa" mais medieval"
aprendeu a língua estranha e os costumes
e sonhava sem medo
com o dia
em que diria tudo o que fizera
frente aos "Doutores"
Estava tudo pronto
resmas de papel e informação
quando chegou a foice da doença
e trouxe a morte pela mão
Eu só era melhor a fazer versos
e quando crianças, à noite, à desgarrada
a nossa mãe ralhava que era tarde
debaixo dos lençois
se abafava a gargalhada
Durante meses de tormenta
olhaste nos meus olhos
como se apenas eu
te pudesse proteger
como nos velhos tempos do Liceu
Amanhã vou até lá contar-te as novidades
nem sei se te fale deste país
mas das nossas meninas e meninos
falarei decerto
um dia uma borboleta branca afagou-me o rosto
naquele lugar diferente, lá no cimo da colina onde há lagos, patos e ruínas de moinho
e eu pensei que eras tu
ou quis pensar
Amanhã como sempre levarei flores
para ti e para ela
Sofia de Mello Brynner
que Deus quis
fosse tua vizinha do lado
Quero acreditar
que em noites de luar
dirão à desgarrada
poemas
como nós
Shiu meninas... vá lá... que já é tarde...
Belo poema e sentida saudade, era Uma Vez...
ResponderEliminarbeijinho
Ana