O meu tio morreu na noite de 14 de maio de 1976. Foram muitos os obituários publicados na imprensa. Hoje só transcrevo este.
“Cansou-se o coração”
“Foi no combate pela liberdade que o teu coração se cansou, amigo Fernando Oneto. Como a luta vinha de muito longe, e foi dura, e impiedoso o inimigo fascista, mais cedo se gastou o teu coração generoso do que se há-de gastar o coração dos que só recolheram o fruto do teu combate.
“Foi no combate pela liberdade que o teu coração se cansou, amigo Fernando Oneto. Como a luta vinha de muito longe, e foi dura, e impiedoso o inimigo fascista, mais cedo se gastou o teu coração generoso do que se há-de gastar o coração dos que só recolheram o fruto do teu combate.
Nem sequer te pouparam aqueles que começaram agora a soletrar a história e foi até ao fim que te puseram à prova o coração.
Quando, hoje, às sete da manhã, o José Manuel Riscado, com a voz cheia de lágrimas, me deu pelo telefone a triste noticia, respondeu à minha pergunta antes de eu a formular: “Foi de morte natural”. Pois bem: igualmente natural é que os teus amigos herdem a coerência do teu combate e que o não deixem em meio. Ninguém morre de morte natural. Muito menos um amigo. E a lógica do absurdo que nos faz errar as palavras que não temos para exprimir o nosso desgosto. E acontece, Fernando amigo, que até há palavras que matam.
Não te esqueceremos. Não te esqueceremos."
Álvaro Guerra in “A Luta” de 14/05/1976
Álvaro Guerra in “A Luta” de 14/05/1976
O renascimento, a ressuscitação e a reencarnação dá-se logo no momento em que toda a alma pousa no nosso coração. O acolhimento é o novo nascer, e o lembrar é o nosso nice to meet you and him e ao mesmo tempo personificam-se as interseções dos nossos Self em profunda harmonia e sintonia e sinfonia leve e suave qual brisa de alento e de vale a pena.
ResponderEliminarBeijinho Helena
Isabel Seixas
Minha querida Helena O
ResponderEliminarEsta foto e o comentário do Álvaro comoveram-me. E lembrei-me da outra Helena de quem fuicolega. Que saudades!