A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fimUma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada à covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
Fez ontem 24 anos que Zéca Afonso nos deixou orfãos.
Portugal perdeu um grande homem e com ele perdemos a esperança de viver amanhãs que cantam uma nação mais justa e amiga dos seus filhos.
Até sempre amigo!
....Pois é, e tão esquecido que está... e tão actuais que são as suas baladas e intervenções,tanto recanto desconhecido, do Prtugal profundo que calcorreámos juntos, e eram de esperança e alegria num País melhor, e são estes os momentos, que a dor no peito é maior,porque do País melhor só resta as miragens, e as cassetes antigas que gravadas por esses caminhos fora........ Bem, mas o Sol tem que brilhar,não sei bem como, mas um dia será....
ResponderEliminarsubscrevo o sentido de perda...
ResponderEliminarMas a obra prevalece e a mensagem também, e a referência modelo é tão encorajadora...
Além de que não está esquecido por nós...
Canta um choro, que doí tanto, a desfaçatez da exploração do homem pelo homem... Bem , O seu Deus ainda lhe poupou sentir na pele insidiosamente a mais dissimulada, a da mulher ...
Isabel seixas
Isabel seixas