terça-feira, 29 de junho de 2010

O Brazil (já) ganhou (o Mundial 2010) ?



La Défense Jazz Festival a inscrit à l'affiche l'unique concert français de la saison estivale du Bahianais Caetano Veloso. (...)


(...) Ne payant pas son entrée, le spectateur brésilien aurait une fâcheuse tendance à l'indiscipline, selon les détracteurs de la loi Rouanet, aujourd'hui très attaquée. Il se rend au concert en touriste bavard et tourne volontiers le dos à la scène, bière à la main sous soleil de plomb…(...)
(...) Parmi un public hétéroclite, les représentants enjoués de la communauté brésilienne, sur l'arrière, parlent fort, couvrant de leur bonne humeur le classique Desde que O Samba é Samba (voix et guitare, velouté assuré). (...)


(...) Caetano Veloso, oiseau de nuit sorti du lit très peu de temps avant un concert si tôt placé (19 heures), s'extasie sur le paysage - "Quelle merveille !", dit en français le séducteur, arborant tee-shirt jaune poussin et cheveux blancs. (...)

in "Le Monde" de 28/06/2010. Artigo completo no compte rendu de Véronique Mortaigne

sábado, 26 de junho de 2010

Escala em Goa


Na viagem de regresso a Macau o "India" fez uma escala de 10 dias em Goa onde o tio Fernando prestava serviço militar. Sorridente, de shorts brancos que contrastavam com o vermelhão do cais, o tio recebeu-nos de braços abertos feliz por conhecer, pela primeira vez, o meu irmão Luís. Encantado de nos ver radiantes de por pé em terra firme, prontificou-se, com a melhor das intenções, a ficar uns dias com os quatro miúdos mais velhos para "aliviar" a minha mãe. Antes de nos levar para o quartel, o tio passeou-nos de jeep pelas lindas praias de Goa, apresentou-nos, muito orgulhoso, aos amigos e conhecidos da "élite" local e ofereceu-nos um opíparo jantar de lagosta!
Não me lembro nada do que poderá ter sucedido para que, no dia seguinte, desesperado, nos tenha devolvido à mãe dizendo que tinha muita pena mas, depois de termos posto o quartel no mais completo alvoroço, não podia, de modo algum, guardar-nos nem mais um minuto.
Imagino a decepção da mina mãe.

domingo, 20 de junho de 2010

O Ritz

O Ritz nasceu no "Timor" durante a viagem de regresso do pai a Macau. O dono dos cães, afligido com a ninhada tão grande, dava cachorros de bom grado a quem quizesse. O pai ficou logo com um a quem chamou Ritz e passou a viagem a "amamentá-lo" a biberon.
Tempos depois voltamos para Macau, desta vez, no Índia". Para a minha mãe, que fez a viagem só com os cinco filhos, foram 45 dias de autêntico inferno! Quando chegamos e vimos o Ritz o coup-de-foudre foi immediato!

O Ritz (Oneto), o setter irlandês mais lindo do mundo, foi o nosso melhor companheiro nos últimos anos que vivemos em Macau.

sábado, 19 de junho de 2010

Chute Libre

est l'histoire d'une femme qui a cherché désespérément l'amour. Charlotte raconte, en sept temps, la fin brutale d'un rêve.




D'elle, il nous reste que le parfum.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A minha filha Charlotte


"Chute Libre", é o tema da colecção e o nome do perfume que a Charlotte criou e apresentou, ontem, com imenso sucesso, no Palais Royal. A minha filha (de vestido preto) recebeu uma chuva de elogios dos professores e da "parfumeur" "pour son travail créatif et sérieux".

faça um clique nas imagems para as ampliar

Fotos do catálogo


Parabéns Charlotte!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Jardim Zoológico

Ir ao Jardim Zoológico era uma festa! Passávamos tardes inteiras felizes e "pelávamo-nos" para por uma moeda de cinco tostões na tromba do velho elefante para o ver tocar o sino!

Os "miúdos"

Os "miúdos" como nos chamavam, no Jardim da Estrela em Setembro de 54. O primo Toninho (entre as manas), o António e o Bébé. O Toninho é filho único da tia Luísa e do tio Túlio.
Foi, en criança, ultra protegido pelos pais, avó e pelas "criadas", o que não o ajudou, infelizmente, para enfrentar a vida...
Quando íamos brincar, as recomendações que levava eram sempre as mesmas: tem cuidado, não te magoes, Vê là, não partas os oculos!  O Toninho voltava para casa a choramingar "porque os primos são maus comigo, não querem que eu brinque com eles..." e outras queixinhas do mesmo género. O Toninho, às vezes, tinha razão...

domingo, 13 de junho de 2010

Recordações de família

Esta fotografía data de Setembro de 1954, dias depois da nossa chegada de Macau.
Da esquerda para a direita: avó Emília, tio Virgilio, tia Mariana, Odete com Carlos Jorge (com 11 meses) e o marido, o primo Mário Oneto Nunes, a prima Maria do Carmo (e minha madrinha) com o meu irmão Bébé (Joaquim Humberto) ao colo. Na primeira fila: o primo Toninho Braz, eu, a minha irmã Isabel e o meu irmão António. Falta o meu irmão Luis, que tinha na altura 15 meses, para completar a fratria.

Penso ter sido esta a primeira vez que vi os tios Virgílio e Mariana, pais da prima Maria do Carmo, e os primos Oneto Nunes. As recordações que tenho da familia de Lisboa só começam quando regressámos definitivamente de Macau em 1958.

sábado, 12 de junho de 2010

O primo Francisco

Berta Oneto, irmã mais nova do meu avô António e da minha tia Mariana, nasceu por volta de 1900, casou com Agapito Gomes Nunes de quem teve dois filhos, João Miguel e Mário, faleceu com vinte e poucos anos.  A tia Berta era filha de Miguel Luís Oneto e de Engrácia de Mello avós do meu pai e tios Luísa e Fernando, da prima Maria do Carmo e dos primos João Miguel e Francisco Oneto Nunes. 

A 7 de Junho do ano passado, dias antes de um almoço de familia ao qual, infelizmente, não pude ir, o primo Francisco escreveu-me:

"(...). Eu também me confesso bastante entusiasmado, pois a história deste encontro é, em si mesma, um esplêndido exemplo do imprevisto que sempre pontua a nossa existência e nos torna abertos ao devir do mundo e aos outros. Infelizmente, não sei tanto quanto desejaria acerca dos nossos antepassados oitocentistas, mas há pistas interessantes para serem seguidas. Estou inteiramente de acordo consigo quanto à importância do almoço gentilmente organizado pela Prima Maria Helena, de cuja avó – a Tia Mariana – me recordo de visitar a casa do meu avô e dos meus pais, na Avª João Crisóstomo (e como mudaram as Avenidas Novas desde a minha infância…). Mas mais interessante do que a mera ressonância das minhas memórias, é a possibilidade de sondar a memória das primas de idade mais avançada. Lamentavelmente, muitos cujo nome me era muito familiar já partiram, como o seu pai, Joaquim Humberto. Ele ia mantendo contactos regulares com o meu tio João Miguel, e este servia de Hermes, mensageiro… e ia contando lá em casa as notícias da família, falando de pessoas que eu não conhecia, mas com quem sabia ter laços de consanguinidade… E também ele partiu. [....). O meu pai, que perdi há cinco anos, também falava bastante do seu primo Joaquim Humberto e do pai deste, o “Tio António”. Mas aqui, infelizmente, a minha memória pouquíssima coisa conservou. Mas é bom imaginar que pela memória dos vivos nos poderá chegar ainda uma ténue corrente de imagens e histórias interessantes acerca do nosso trisavô e dos seus cinco filhos… Ou, pelo menos, da minha avó Berta Oneto, uma mulher tão jovem e bela ceifada pela tuberculose, deixando dois filhos ainda bebés – o meu pai, o mais novo, com apenas dois anos…

Também me sinto muito feliz por saber que a inquirição das origens é uma aventura partilhada por vários ramos da árvore dos Onetos.

Ah!... Então gostou do anjo do mausoléu Oneto? Eu achei-o fabuloso, na sua graciosa beleza andrógina… e algo na figura ecoou uma ressonância da Irmandade Pré- Rafaelita… Mas qual a relação dos Onetos sepultados neste cemitério monumental de Staglieno, com os demais? A pesquisa complica-se um pouco quando se descobre na net que os registos de entrada de emigrantes italianos feitos logo ali na baía do Rio Hudson, na Ilha de Ellis, registam a chegada de cerca de 300 Onetos entre 1880 e 1920. Alguns vêm de outras regiões distantes de Itália, mas há vários de Chiavari – a terra de origem do nosso Trisavô António Oneto – e de outra(s) localidade(s) dos arredores de Génova.

Mas muitos anos antes, em 1705, casava no México Joseph Oneto com Andrea Maria de Monteverde. E há vários Onetos no Brasil, na Argentina… Enfim…
Francisco Oneto Nunes"

Antepassado(s)


"Que antepassado fala em mim?
Eu não posso viver simultaneamente na minha cabeça e no meu corpo
Por isso não consigo ser uma única pessoa
Sou capaz de me sentir uma infinidade de coisas ao mesmo tempo
O verdadeiro mal do nosso tempo é já não haver grandes mestres
A estrada do nosso coração está coberta de sombras
É preciso escutar as vozes que parecem inúteis
É preciso deixar entrar o zumbido dos insectos nos cérebros ocupados com os longos tubos dos esgotos, com os muros das escolas, com o asfalto e com as práticas assistenciais
É preciso que os ouvidos e os olhos de todos se encham com coisas que sejam o princípio de um grande sonho
É preciso que alguém grite que haveremos de construir as pirâmides
Não importa que depois não as construamos
É preciso alimentar o desejo
Deveríamos lançar a alma por toda a parte, como se fosse um lençol estendido até ao infinito
Se queremos que o mundo vá para a frente é preciso estarmos disponíveis
Misturemo-nos, os considerados sãos e os considerados doentes
Eh, vocês os sãos, o que significa a vossa sanidade?
Os olhos de toda a humanidade contemplam o abismo para o qual nos precipitamos
De nada serve a liberdade se não tiverdes coragem de nos olhar o rosto, de comer connosco, de beber connosco, de dormir connosco
Foram os que se dizem sãos que levaram o mundo à beira da catástrofe…"
EXCERTO DE "NOSTALGHIA" DE ANDREI TARKOVSKI

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Muitos Parabéns

 Á tia Luísa (aqui com 13 anos em 1938)

e ao meu irmão Luís (aqui com 21 anos em 1974)
que festejaram, ontem, mais uma primavera!

Lisboa

Adoro a luminosidade de Lisboa ao nascer e pôr do sol. Adoro ouvir as gaivotas à volta dos cacilheiros em dias de nevoeiro. Gosto sempre de chegar e custa-me sempre deixar a cidade onde nasci.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chegar a Lisboa

Entrar em Lisboa, por mar, em Setembro, é sempre um espectáculo! Imagino a alegria de todos à nossa chegada ao cais da Rocha onde a família nos esperava.

domingo, 6 de junho de 2010

O "Timor"



Fotografia de Viana do Couto
Em Agosto de 1954, o estado de saúde da mãe obrigou-nos a voltar para Lisboa. Fizemos a viagem no Timor com o meu pai. A mãe e o meu irmão Luís tinham ido mais cedo de avião. O pai contava que se viu aflito para "dar conta" de nós durante os quase 45 dias que durava a travessia marítima até Lisboa.
  
As manas e o António (com cara de mau) no Timor.
Recordo-me pouco desta viagem mas tenho uma ideia vaga da escala em Mormugão e em Port Said onde o pai comprou, além de quatro pares de sandálias, duas magníficas malas em pele de camelo.

A duas senhoras macaenses, de que não me lembro o nome, ajudaram muito o meu pai durante a viagem e nas escalas (aqui em Mormugão).