Berta Oneto, irmã mais nova do meu avô António e da minha tia Mariana, nasceu por volta de 1900, casou com Agapito Gomes Nunes de quem teve dois filhos, João Miguel e Mário, faleceu com vinte e poucos anos. A tia Berta era filha de Miguel Luís Oneto e de Engrácia de Mello avós do meu pai e tios Luísa e Fernando, da prima Maria do Carmo e dos primos João Miguel e Francisco Oneto Nunes.
A 7 de Junho do ano passado, dias antes de um almoço de familia ao qual, infelizmente, não pude ir,
o primo Francisco escreveu-me:
"(...). Eu também me confesso bastante entusiasmado, pois a história deste encontro é, em si mesma, um esplêndido exemplo do imprevisto que sempre pontua a nossa existência e nos torna abertos ao devir do mundo e aos outros. Infelizmente, não sei tanto quanto desejaria acerca dos nossos antepassados oitocentistas, mas há pistas interessantes para serem seguidas. Estou inteiramente de acordo consigo quanto à importância do almoço gentilmente organizado pela Prima Maria Helena, de cuja avó – a Tia Mariana – me recordo de visitar a casa do meu avô e dos meus pais, na Avª João Crisóstomo (e como mudaram as Avenidas Novas desde a minha infância…). Mas mais interessante do que a mera ressonância das minhas memórias, é a possibilidade de sondar a memória das primas de idade mais avançada. Lamentavelmente, muitos cujo nome me era muito familiar já partiram, como o seu pai, Joaquim Humberto. Ele ia mantendo contactos regulares com o meu tio João Miguel, e este servia de Hermes, mensageiro… e ia contando lá em casa as notícias da família, falando de pessoas que eu não conhecia, mas com quem sabia ter laços de consanguinidade… E também ele partiu. [....). O meu pai, que perdi há cinco anos, também falava bastante do seu primo Joaquim Humberto e do pai deste, o “Tio António”. Mas aqui, infelizmente, a minha memória pouquíssima coisa conservou. Mas é bom imaginar que pela memória dos vivos nos poderá chegar ainda uma ténue corrente de imagens e histórias interessantes acerca do nosso trisavô e dos seus cinco filhos… Ou, pelo menos, da minha avó Berta Oneto, uma mulher tão jovem e bela ceifada pela tuberculose, deixando dois filhos ainda bebés – o meu pai, o mais novo, com apenas dois anos…
Também me sinto muito feliz por saber que a inquirição das origens é uma aventura partilhada por vários ramos da árvore dos Onetos.
Ah!... Então gostou do anjo do mausoléu Oneto? Eu achei-o fabuloso, na sua graciosa beleza andrógina… e algo na figura ecoou uma ressonância da Irmandade Pré- Rafaelita… Mas qual a relação dos Onetos sepultados neste cemitério monumental de Staglieno, com os demais? A pesquisa complica-se um pouco quando se descobre na net que os registos de entrada de emigrantes italianos feitos logo ali na baía do Rio Hudson, na Ilha de Ellis, registam a chegada de cerca de 300 Onetos entre 1880 e 1920. Alguns vêm de outras regiões distantes de Itália, mas há vários de Chiavari – a terra de origem do nosso Trisavô António Oneto – e de outra(s) localidade(s) dos arredores de Génova.
Mas muitos anos antes, em 1705, casava no México Joseph Oneto com Andrea Maria de Monteverde. E há vários Onetos no Brasil, na Argentina… Enfim…
Francisco Oneto Nunes"