domingo, 19 de junho de 2011

Good night!




8 comentários:

  1. A sério... hoje eu não queria escrever mais
    Depois
    deixei-me levar...
    música e imagens de amor e despedida
    de reencontro e vida
    e eu a pensar
    sim, a pensar na minha mãe
    e neste penteado "anos da guerra"
    que lhe ficava tão bem

    Por dias revejo com cuidado
    os seus anos de ouro
    segurando com a ponta dos dedos
    a folhinha branca
    como um véu de noiva
    entre vegetal e seda no velho álbum
    cada vez mais sépia
    cada vez mais tesouro

    agora
    que acaricio o seu rosto
    subitamente de velhinha
    agora
    que me deixa prolongar-lhe a vida
    ganhando cada dia
    como se fosse magia
    eu conto:

    Há uma semana fez
    noventa e cinco
    ninguém foi tão longe
    nunca estivémos tão perto

    A guerra persistia
    O namorado hesitava
    e ela dizia
    esperar para quê?
    Se nos amamos tanto...

    E o meu pai esqueceu
    finalmente a guerra
    os jornais e a BBC
    esperar para quê?

    E esta história fica por aqui
    Um ano depois... nasci

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  2. Maria do Céu Barros19 de junho de 2011 às 23:18

    Meu Deus, que belíssimo poema.

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  3. Helena Sacadura Cabral19 de junho de 2011 às 23:30

    Que bom nascer-se de um amor assim!
    Lembrei-me dos meus avôs maternos e de quando fizeram 50 anos de casados. Foi uma festa lindíssima. Poucos anos passados morria meu avô. A minha avó não deitou uma lágrima, mas quando voltou do funeral, fechou-se no quarto donde nunca mais saiu.
    Quando os netos a visitavam e perguntavam o que tinha, dizia apenas "saudades do avô".
    Três meses decorridos, numa noite, deixou-nos de mansinho e foi ter com ele!

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  4. Que bom Helena, encontrá-la nesta casa da Lapa.
    Obrigada Helena Oneto por nos receber.
    ... Desejo-vos tudo de bom, Helenas.

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  5. ERA UMA VEZ,
    Benvinda!
    Ainda bem que se 'deixou levar' a escrever esta belíssima historia de amor. Ainda estou comovida com a delicadeza das palavras que exprimem uma enorme ternura pela sua mãe. Agradeço-lhe muito ter deixado nesta casa este lindo poema!
    Bem haja!

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  6. Querida Helena,
    Ce soir je suis comblée de belles histoires d'amour! Quel bonheur d'avoir connu des parents et grands parents si aimants!
    Merci!

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  7. Helena Sacadura Cabral20 de junho de 2011 às 15:01

    Minha querida Helena O.
    Que bom é visitar esta casa e tê-la por anfitriã.
    Na vida as únicas coisas verdadeiramente importantes são os afectos. Sem eles somos muito pouco!

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