segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Afonso


"Afonso Couto não resistiu às complicações de saúde que teve nas últimas semanas e acabou por nos deixar no dia 3 deste mês. Todavia, durante este último ano o Afonso, em bicos de pés nos seus 7 anos, ensinou muito a muitos de nós e ficará marcado nos nossos corações para sempre. Ensinou-nos a sermos fortes e a lutarmos até ao fim, ensinou-nos a sermos mais solidários e a unirmo-nos por uma causa. O Afonso vive agora em cada um de nós!"

‎"O Afonso lutou muito mas a sua luta foi também uma luta pela vida dos outros. Portugal é hoje o 4º pais com maior número de dadores de medula óssea. Muito disso se deve a ele e a Vocês todos. O Afonso não perdeu esta luta, GANHOU-A!!! Nós vamos continuá-la. É isso que ele quer que façamos. Temos de alargar as campanhas e ser ainda mais... solidários. Por todos os que precisam de um dador! Pelo Afonso!"

‎"Foi esta a mensagem que o Afonso nos deixou. Compete-nos continuar. Nesta hora difícil, peço-Vos que não gastem mais lágrimas ou flores. Partam sim para a acção: Se cada um de nós convidar 3 novos amigos para se inscreverem como doadores de medula óssea, esse número quadruplicará. Essa será a verdadeira homenagem que podemos fazer ao Afonso."
Carlos Macedo e Couto (avô do Afonso)
 
Conhecemos a família Bragança em Macau nos anos cinquenta. A Isabel Bragança, avó do Afonso, foi minha colega no colégio e preparamos juntas, com o mesmo Mestre, a admissão a Arquitectura. A Isabel terminou com grande êxito o curso e voltou para Macau onde vive e trabalha como arquitecta. Quando voltei a Macau, em Novembro de 2006, vi a Isabel mãe e avó feliz. Sinto muito a perda do Afonso.


7 comentários:

  1. Eternos Meninos

    Por cá ficou o rasto do Seu aroma
    Suave memorável captura alma redoma
    Viagem sonho de uma vinda e logo volta
    Eternos Meninos,não podem crescer,revolta

    Nem o ofertório de velhas vidas em troca
    Nem o sacrifício do amor maior já importa
    A grande essência per si em frasco pequeno
    Saudade dor insuportável,impotência em pleno

    Deixa o consolo dos sorrisos peregrinos
    A luz com o brilho dos eternos Meninos
    A pureza,amor que só soube aprender a amar

    Ancoragem em memória colectiva, véu de penar
    Eternos Meninos nasceram para ser só infância
    Embalam berço da fé da esperança na tolerância

    Isabel seixas

    Passei só para lhe dar a mão...

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  2. Helena
    Para quem, como eu, se confrontou com a luta duma Mãe adorada contra essa malvada doença,
    o caso do Afonso só pode servir como um exemplo impressionante numa criança!

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  3. Como redimir no mundo as causas deste sofrimento?...

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  4. O pior que nos pode acontecer é perder um filho seja em que circunstâncias for porque, na ordem natural da vida, eles sobrevivem-nos. Tenho grandes amigo(a)s que perderam filhos crianças ou jovens de doença, em acidentes de viação ou de overdose. Não
    há palavras para traduzir a dor destes pais e mães nem ninguém que responda às perguntas que se impõem em tais momentos.
    Perder a mãe ou o pai, sobretudo quando eles estão na flor da vida é também uma injustiça.
    A morte faz parte da vida, eu sei. Não a temo, mas cada vez tenho mais dificuldade em aceitar as dos meus próximos. Têem sido muitos a partir antes do tempo. Não há remissão sem fé. Resta uma saudade imensa.

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