terça-feira, 29 de novembro de 2011

O tempo (sempre o tempo)


"FORA DE TEMPO"

Procurei-te nas entrelinhas desta vida
nas metáforas dos poemas que escrevi
nas montanhas
nos becos sem saída
nas ruas nas luas nas marés
só te procurei a ti

sabendo sempre que existias
sem nunca saber quem és

e passaram muitas noites muitos dias
à espera que chegasses do deserto
em forma de miragem ou cristal
de mãos carentes para tocar de perto

saberia reconhecer-te num olhar
mas o tempo (sempre o tempo)
foi passando
e a vontade foi-se conformando
com a sina de ficarmos sós

e agora
com tanto caminho andado
não te atrevas amor 
a surgir de qualquer lado
não vá o tempo (sempre o tempo)
ficar a rir de nós...

dádiva de ERA UMA VEZ..

4 comentários:

  1. De quem são as palavras, Helena ? Fiquei na dúvida...

    Um beijo.

    ResponderEliminar
  2. Ola João!
    O poema é da poeta e minha amiga Isabel, aka "ERA UMA VEZ". Vai ver o comentário que ela fez no post de ontem "A longa noite do Fado".

    Prazer em ver-te por aqui!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Caríssima amiga

    É sempre tão ternurenta a forma como emoldura os meus textos que é difícil encontrar palavras para lhe agradecer.

    Se a Helena me permite gostaria de me dirigir ao seu amigo João Menéres para lhe dizer que há algum tempo deparei com um post no seu blog, onde referia o velho castelo de Paderne e a sua história. Fiquei deliciada, aprendi mais do que sabia.É por aí que estão as minhas raízes,terá sido por aí também que os meus pais "terão" dado o primeiro beijo(passeio preferido dos namorados dos anos quarenta na quinta feira da espiga)Daqui o cumprimento.

    Deixe-me dizer-lhe querida Helena que ontem foi um dia especial, voltei as costas a tudo, mesmo a tudo e aí vou eu a caminho de Lisboa, ao lançamento do novo livro da "nossa" Helena.
    Cheguei cedo. Apreciei de longe o seu brilho e simpatia para com todos. Se não fosse um lugar comum diria que aquela Mulher é mesmo uma força da natureza. Deus devia estar mesmo inspirado...

    Eu(que até não sou muito envergonhada) estava nervosa. Tremiam-me as mãos quando ela pegou no livro e me perguntou o nome. Balbuciei "era uma vez"...e aí tive direito a um olhar de espanto e a uma gargalhada só para mim, imagine!
    Depois foi "AQUELE ABRAÇO"

    A apresentação foi elegante, objectiva, as palavras certas na quantidade certa, sem nunca deixar de ser intimista e calorosa.
    Pensei muito em si e como gostava que estivesse ali connosco.

    Depois...o seu post a sublimar o meu dia.
    Há mesmo dias felizes!!!
    Pelo menos HOJE...quero que a crise vá para "as urtigas"

    Bem Haja!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderEliminar
  4. Pois aí está o melhor do tempo,é o tempo que damos de nós, do nosso tempo, mesmo sem tempo.

    Bonito, o fora de tempo de Era Uma Vez

    ResponderEliminar