segunda-feira, 23 de abril de 2012

(1910) - 1928 - (1974) - 2012

desenho de João Abel Manta
"Pela primeira vez, a Associação 25 de Abril não vai participar nas celebrações oficiais da Revolução dos Cravos. A justificação: “a linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição da República Portuguesa”.(...)"

2 comentários:

  1. «A comissão organizadora da Marcha Global da Marijuana de Lisboa vem mostrar publicamente o seu repúdio para com a atitude da Associação Abril ao recusar a nossa presença no Arraial de homenagem ao 25 de Abril.

    Após termos oficializado o nosso interesse em ter uma banca no Arraial de Abril, organizado pela Associação Abril em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, vimos o nosso pedido recusado com argumentos baseados naquilo que julgamos ser uma atitude preconceituosa para com o movimento da legalização da canábis.

    Recordamos que a Marcha Global da Marijuana é uma iniciativa internacional e pacífica que acontece em Portugal há sete anos e que pretende chamar a atenção dos governos, decisores políticos e instituições relacionadas com as drogas e a toxicodependência em particular, e da sociedade civil em geral, para as vantagens da legalização do cultivo, venda e consumo da
    canábis. Somos um grupo organizado de cidadãos que se junta para reivindicar uma mudança a nível jurídico e social. Toda a nossa actividade é legal e por isso não compreendemos por que motivo a Associação Abril afirma ter receio de que a CML retire o seu apoio ao Arraial anual devido à nossa presença.

    A situação da canábis em Portugal é um exemplo perfeito de uma hipocrisia moral e social enraizada na nossa sociedade, precisamente aquilo que a Associação Abril afirma combater. Temos um grande respeito pelos valores do 25 de Abril, entre os quais julgamos estar o direito à liberdade – liberdade essa que também está presente no direito de consumir em segurança uma planta que é usada pela Humanidade há milhares de anos, evitando assim a estigmatização, discriminação e perseguição de que são vítimas os seus consumidores. É o direito à liberdade que nos move e temos orgulho de ter um Capitão de Abril entre os nossos mandatários.

    Fomos informados de que no actual contexto político consideram necessário privilegiar o cerrar fileiras contra a contra o retrocesso civilizacional que se está a perfilar, dando assim prioridade a outras questões que não a que defendemos. Rejeitamos esta priorização e relembramos que é esse o argumento dado pelas facções mais conservadoras da nossa sociedade a qualquer questão relacionada com a liberdade individual. Os direitos de uma parte da população não podem ficar em espera e o movimento pela garantia de direitos e segurança para os consumidores de canábis não pode ser silenciado por nos encontrarmos num momento de crise. De qualquer modo, relembramos as vantagens da legalização para o Estado português através da recolha de impostos, da criação de uma economia geradora de emprego e da poupança dos recursos gastos a perseguir os consumidores.

    A discussão sobre a legalização da canábis existe, está viva, mas necessita, tal como qualquer outro movimento, de espaços com abertura para o debate. Afirmar que este não é um assunto suficientemente discutido e impedir-nos o acesso a um espaço de debate e divulgação é um contra-senso. Para além disso, esse argumento não foi tido em conta em edições anteriores e ainda bem, em nome do acesso a esse direito democrático que é o de informar. Por isso, não podemos deixar de pensar que a nossa exclusão se deve a um preconceito do qual esperamos que a Associação Abril se venha a retractar no futuro.

    O consumo de canábis está enraizado na sociedade portuguesa. A sua utilização atravessa os diferentes sectores e classes sociais. Os activistas pela sua legalização também são Capitães de Abril, médicos, professores, precários, desempregados, emigrantes, LGBT, etc. Lutamos pelo direito à informação, pelo direito que temos sobre as nossas vidas, pela liberdade e não
    ficamos indiferentes a uma atitude destas. No dia 5 de Maio marcharemos pela legalização da canábis e contra os preconceitos e hipocrisias morais existentes na sociedade portuguesa.

    A comissão organizadora da Marcha Global da Marijuana de Lisboa

    www.mgmlisboa.org

    ResponderEliminar
  2. As comemorações do 25 de Abril são patéticas e banalizam a data. Estes caramelos podem ter opinião mas não são donos da Revolução. Já o Mário escusava de fazer partes gagas.

    ResponderEliminar