La nuit étoilée de Vincent Van Gogh
"Le besoin d'évoquer certains des êtres qui ont illuminé mon parcours me tenaille depuis que j'ai découvert qu'ils occupaient mes nuits".
Cette phrase de Jean Daniel m'a interpellée il y a quelques années. Désormais, elle est une réalité de mon quotidien.
Ó noite, porque hás-de vir sempre molhada!
ResponderEliminarÓ noite, porque hás-de vir sempre molhada!
Porque não vens de olhos enxutos
e não despes as mãos
de mágoas e de lutos!
Poque hás-de vir semimorta,
com ar macerado e de bruxedo,
e não despes os ritos, o cansaço,
e as lágrimas e os mitos e o medo!
Porque não vens natural
Como um corpo sadio que se entrega,
e não destranças os cabelos,
e não nimbas de luz a tua treva!
Poque hás-de vir com a cor da morte
- se a morte já temos nós!
Porque adormeces os gestos,
porque entristeces os versos,
e nos quebras os membros e a voz!
Porque é que vens adorada
por uma longa procissão de velas,
se eu estou à tua espera em cada estrada,
nu, inteiramente nu,
sem mistérios, sem luas e sem estrelas!
Ó noite eterna e velada,
senhora da tristeza, sê alegria!
Vem de outra maneira ou vai-te embora,
e deixa romper o dia!
Eugénio de Andrade, As mãos e os frutos
É lindíssimo este poema. E eu tenho Eugénio de Andrade como um dos meus maiores!
ResponderEliminarPermita-me "cara amiga Helena que a subscreva"também acho o Eugénio de Andrade um dos maiores poetas Portugueses e este poema em particular é de facto fascinante.
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