terça-feira, 9 de novembro de 2010

FOME


"Sintra, onde se vive uma das situações mais problemáticas do país (Leia aqui as declarações de Fernando Seara , ou no texto relacionado mais abaixo), está no entanto longe de ser caso único. Um pouco por todo o país, cada vez mais crianças chegam à escola com fome e é de estômago vazio que tentam aprender. Pouco ou nada comeram de manhã. Pouco ou nada jantaram na noite anterior. Sentam-se irrequietas, estão desconcentradas e algumas queixam-se de dores de barriga. Há alterações de comportamento associadas à fome que os professores já aprenderam a detetar e que garantem serem mais notórias este ano letivo. Com a crise, os estabelecimentos de ensino desdobram-se em soluções para o problema. As escolas são cada vez mais instituições de solidariedade social"...

Que vergonha meu Deus! Como é possível deixar chegar a miséria a este extremo?

5 comentários:

  1. As escolas são cada vez mais instituições de solidariedade social"...(Oneto:2010)
    Valha ao menos Isso.
    Isabel Seixas

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  2. E nem com a fome que grassa pelo país o governo deixou de impôr o IVA às instituições que praticam a solidariedade social e tentam mitigar as dificuldades de quem só tem como única refeição a que ali comem!

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  3. Sim, estamos sem dúvida perante um retrocesso civilizacional. E o que é mais absurdo é que, a prazo, o aumento das desigualdades trazido pela actual fase de acumulação de capital, sairá mais caro (a quem é obrigado a pagar os desvarios dos gananciosos) e produzirá mais sofrimento. Trágico é que nenhum governo se pareça importar muito a não ser com as suas clientelas. Esta crise coloca também problemas de representação no interior do sistema político, levando as massas a votar sempre nos seus próprios carrascos, gente sem um projecto de futuro para o país, sem respeito pelo povo que deveriam representar...

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  4. Recuámos e de muito! É-me insuportável aceitar que a protecção à infância em Portugal seja assumida em grande parte pela caridade laica ou religiosa substituindo-se aos deveres do Estado dito de direito.
    A crise não justifica tudo e a agressividade das medidas de rigor não pode ignorar o primeiro artigo dos direitos universais do homem.
    Portugal foi e continua, hélas, a ser um pais do 'salve-se quem puder'...

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