A sério... hoje eu não queria escrever mais Depois deixei-me levar... música e imagens de amor e despedida de reencontro e vida e eu a pensar sim, a pensar na minha mãe e neste penteado "anos da guerra" que lhe ficava tão bem
Por dias revejo com cuidado os seus anos de ouro segurando com a ponta dos dedos a folhinha branca como um véu de noiva entre vegetal e seda no velho álbum cada vez mais sépia cada vez mais tesouro
agora que acaricio o seu rosto subitamente de velhinha agora que me deixa prolongar-lhe a vida ganhando cada dia como se fosse magia eu conto:
Há uma semana fez noventa e cinco ninguém foi tão longe nunca estivémos tão perto
A guerra persistia O namorado hesitava e ela dizia esperar para quê? Se nos amamos tanto...
E o meu pai esqueceu finalmente a guerra os jornais e a BBC esperar para quê?
E esta história fica por aqui Um ano depois... nasci
Que bom nascer-se de um amor assim! Lembrei-me dos meus avôs maternos e de quando fizeram 50 anos de casados. Foi uma festa lindíssima. Poucos anos passados morria meu avô. A minha avó não deitou uma lágrima, mas quando voltou do funeral, fechou-se no quarto donde nunca mais saiu. Quando os netos a visitavam e perguntavam o que tinha, dizia apenas "saudades do avô". Três meses decorridos, numa noite, deixou-nos de mansinho e foi ter com ele!
ERA UMA VEZ, Benvinda! Ainda bem que se 'deixou levar' a escrever esta belíssima historia de amor. Ainda estou comovida com a delicadeza das palavras que exprimem uma enorme ternura pela sua mãe. Agradeço-lhe muito ter deixado nesta casa este lindo poema! Bem haja!
Minha querida Helena O. Que bom é visitar esta casa e tê-la por anfitriã. Na vida as únicas coisas verdadeiramente importantes são os afectos. Sem eles somos muito pouco!
A sério... hoje eu não queria escrever mais
ResponderEliminarDepois
deixei-me levar...
música e imagens de amor e despedida
de reencontro e vida
e eu a pensar
sim, a pensar na minha mãe
e neste penteado "anos da guerra"
que lhe ficava tão bem
Por dias revejo com cuidado
os seus anos de ouro
segurando com a ponta dos dedos
a folhinha branca
como um véu de noiva
entre vegetal e seda no velho álbum
cada vez mais sépia
cada vez mais tesouro
agora
que acaricio o seu rosto
subitamente de velhinha
agora
que me deixa prolongar-lhe a vida
ganhando cada dia
como se fosse magia
eu conto:
Há uma semana fez
noventa e cinco
ninguém foi tão longe
nunca estivémos tão perto
A guerra persistia
O namorado hesitava
e ela dizia
esperar para quê?
Se nos amamos tanto...
E o meu pai esqueceu
finalmente a guerra
os jornais e a BBC
esperar para quê?
E esta história fica por aqui
Um ano depois... nasci
Meu Deus, que belíssimo poema.
ResponderEliminarQue bom nascer-se de um amor assim!
ResponderEliminarLembrei-me dos meus avôs maternos e de quando fizeram 50 anos de casados. Foi uma festa lindíssima. Poucos anos passados morria meu avô. A minha avó não deitou uma lágrima, mas quando voltou do funeral, fechou-se no quarto donde nunca mais saiu.
Quando os netos a visitavam e perguntavam o que tinha, dizia apenas "saudades do avô".
Três meses decorridos, numa noite, deixou-nos de mansinho e foi ter com ele!
Que bom Helena, encontrá-la nesta casa da Lapa.
ResponderEliminarObrigada Helena Oneto por nos receber.
... Desejo-vos tudo de bom, Helenas.
ERA UMA VEZ,
ResponderEliminarBenvinda!
Ainda bem que se 'deixou levar' a escrever esta belíssima historia de amor. Ainda estou comovida com a delicadeza das palavras que exprimem uma enorme ternura pela sua mãe. Agradeço-lhe muito ter deixado nesta casa este lindo poema!
Bem haja!
Querida Helena,
ResponderEliminarCe soir je suis comblée de belles histoires d'amour! Quel bonheur d'avoir connu des parents et grands parents si aimants!
Merci!
Benvinda, Maria do Céu!
ResponderEliminarMinha querida Helena O.
ResponderEliminarQue bom é visitar esta casa e tê-la por anfitriã.
Na vida as únicas coisas verdadeiramente importantes são os afectos. Sem eles somos muito pouco!