terça-feira, 19 de março de 2013

Dia do pai


Foi há precisamente 35 anos que deixei Lisboa -em rescaldo da revolução- e cheguei a Orly onde nos esperava o pai da minha filha Joana. O ar que se respirava na Bastilha, onde íamos morar, era amargo: Nesse 19 de Março de 1978, a "Union de la gauche" acabara de perder a segunda volta das eleições legislativas. Valéry Giscard d’Estaing, eleito em 1974 com 50,81% de votos contra François Miterrand, iria prosseguir o septennat d'une société libérale et avancée, até Maio de 1981. A França inteira chorava mais a morte de Claude François que a maré negra causada pelo afundamento do Amoco Cadiz ao largo da costa da Bretanha. O Papa Paulo VI pedia às brigades rouges para libertarem Aldo Moro cujo retrato fazia as une dos jornais. O Conselho de Segurança votava a retirada imediata de Israel do sul do Libano...

Foi nesse quadro maussade que se passaram as "retrouvailles" com o pai da Joana. Na manhã seguinte separámo-nos.

2 comentários:

  1. Como eu gostava de escrever certas biografias...
    Abracinho grande

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  2. Menos mal que vos foi aguardar a Orly, querida. O resto são capítulos de uma formidável história. Com raízes e com flores e frutos.
    C'est la vie, non?

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