Querida Helena Explique lá o que há aqui: 'Augusto' é o Abelaira? A recusa de ambos significa a contestação às novas modalidades da censura de que muitos falaram a propósito dos cargos exercidos num determinado período por militantes do PCP? Obrigado. Beijinhos
O "Augusto" em causa é Augusto de Castro: Diz a Wikipédia: "A longa era Augusto de Castro Augusto de Castro, que tinha saído da direcção do jornal em 1924, reassumiu-a em 1939 - lugar em que se manteve até 1971 (com excepção do período de 1945-1947, em que foi embaixador de Portugal em Paris), abarcando assim os períodos da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra até à morte de Salazar e primeiros anos do marcelismo. Em 1940, Augusto de Castro, perfeitamente sintonizado com o regime de Salazar, foi o comissário-geral da Exposição do Mundo Português, apoteose propagandística do Estado Novo. No mesmo ano foram inauguradas as novas instalações do jornal, que saiu da Rua do Diário de Notícias, no Bairro Alto, para a actual sede, na Avenida da Liberdade, um edifício de linhas modernas do Arquitecto Pardal Monteiro e decorado com painéis de Almada Negreiros. Foi a primeira obra arquitectónica a ser projectada de raiz para um jornal em Portugal e ganhou o Prémio Valmor (1940). Esta prosperidade tinha contudo um preço em matéria de independência jornalística e política: sob a dupla influência da direcção de Augusto de Castro e do regime de censura prévia imposto a toda a imprensa a partir de 1926, o Diário de Notícias seguiu sempre uma linha de subserviência à ditadura, sendo mesmo considerado, entre os diários portugueses de maior tiragem, o que mais fielmente reflectia as orientações governamentais. A 12 de Janeiro de 1965 foi feito Membro-Honorário da Ordem de Benemerência.4 A chegada deMarcelo Caetano ao poder, em 1968, não alterou significativamente nem a orientação política do jornal, dirigido por Fernando Fragoso (1971-1974), nem o rigor da censura, a qual só seria desmantelada após o 25 de Abril de 1974.
Os anos quentes Na sequência da revolução, em Junho de 1974, José Ribeiro dos Santos, próximo do Partido Socialista, assumiria a direcção do Diário de Notícias. Suceder-lhe-ia, na Primavera de 1975, na sequência de agitados plenários de trabalhadores do jornal, a dupla composta por Luís de Barros, como director, e o futuro Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, como director-adjunto. Segundo o testemunho do jornalista Mário Zambujal, "a verdade é que apesar de ser o Luís de Barros o director, era o Saramago que mandava". O nome de Saramago ficou ligado à suspensão de 24 jornalistas por motivos políticos, na sequência de um Conselho Geral de Trabalhadores convocado pelo director-adjunto para deliberar sobre um protesto assinado por 30 jornalistas que discordavam da orientação do jornal.5 A orientação ideológica do jornal era então definida nestes termos por Saramago: "Este jornal não se pode, de futuro, limitar a ser uma folha de registos de ocorrências mas há-de tornar-se no veículo das informações que o povo precisa". Os acontecimentos político-militares de 25 de Novembro de 1975 puseram um termo a esta orientação, próxima do Partido Comunista Português. O Diário de Notícias foi suspenso e a sua direcção afastada, reabrindo um mês depois, com os jornalistas Vítor Cunha Rego como director e Mário Mesquita como adjunto." http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1rio_de_Not%C3%ADcias_(Portugal)
Querida Helena
ResponderEliminarExplique lá o que há aqui: 'Augusto' é o Abelaira?
A recusa de ambos significa a contestação às novas modalidades da censura de que muitos falaram a propósito dos cargos exercidos num determinado período por militantes do PCP?
Obrigado.
Beijinhos
Querido Francisco,
ResponderEliminarO "Augusto" em causa é Augusto de Castro:
Diz a Wikipédia:
"A longa era Augusto de Castro
Augusto de Castro, que tinha saído da direcção do jornal em 1924, reassumiu-a em 1939 - lugar em que se manteve até 1971 (com excepção do período de 1945-1947, em que foi embaixador de Portugal em Paris), abarcando assim os períodos da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra até à morte de Salazar e primeiros anos do marcelismo. Em 1940, Augusto de Castro, perfeitamente sintonizado com o regime de Salazar, foi o comissário-geral da Exposição do Mundo Português, apoteose propagandística do Estado Novo. No mesmo ano foram inauguradas as novas instalações do jornal, que saiu da Rua do Diário de Notícias, no Bairro Alto, para a actual sede, na Avenida da Liberdade, um edifício de linhas modernas do Arquitecto Pardal Monteiro e decorado com painéis de Almada Negreiros. Foi a primeira obra arquitectónica a ser projectada de raiz para um jornal em Portugal e ganhou o Prémio Valmor (1940). Esta prosperidade tinha contudo um preço em matéria de independência jornalística e política: sob a dupla influência da direcção de Augusto de Castro e do regime de censura prévia imposto a toda a imprensa a partir de 1926, o Diário de Notícias seguiu sempre uma linha de subserviência à ditadura, sendo mesmo considerado, entre os diários portugueses de maior tiragem, o que mais fielmente reflectia as orientações governamentais. A 12 de Janeiro de 1965 foi feito Membro-Honorário da Ordem de Benemerência.4 A chegada deMarcelo Caetano ao poder, em 1968, não alterou significativamente nem a orientação política do jornal, dirigido por Fernando Fragoso (1971-1974), nem o rigor da censura, a qual só seria desmantelada após o 25 de Abril de 1974.
Os anos quentes
Na sequência da revolução, em Junho de 1974, José Ribeiro dos Santos, próximo do Partido Socialista, assumiria a direcção do Diário de Notícias. Suceder-lhe-ia, na Primavera de 1975, na sequência de agitados plenários de trabalhadores do jornal, a dupla composta por Luís de Barros, como director, e o futuro Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, como director-adjunto. Segundo o testemunho do jornalista Mário Zambujal, "a verdade é que apesar de ser o Luís de Barros o director, era o Saramago que mandava". O nome de Saramago ficou ligado à suspensão de 24 jornalistas por motivos políticos, na sequência de um Conselho Geral de Trabalhadores convocado pelo director-adjunto para deliberar sobre um protesto assinado por 30 jornalistas que discordavam da orientação do jornal.5 A orientação ideológica do jornal era então definida nestes termos por Saramago: "Este jornal não se pode, de futuro, limitar a ser uma folha de registos de ocorrências mas há-de tornar-se no veículo das informações que o povo precisa". Os acontecimentos político-militares de 25 de Novembro de 1975 puseram um termo a esta orientação, próxima do Partido Comunista Português. O Diário de Notícias foi suspenso e a sua direcção afastada, reabrindo um mês depois, com os jornalistas Vítor Cunha Rego como director e Mário Mesquita como adjunto." http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1rio_de_Not%C3%ADcias_(Portugal)
Espero ter respondido à sua pergunta.
Beijinhos
Muito Obrigado, Helena!
ResponderEliminarBeijos