foto de Tim Laman
Não gosto do segundo dia do ano porque, depois dos cadeaux e dos réveillons opíparos regados com pétillants votos de santé, tudo recomeça como antes: as “gueule de bois” que se traînent devido à indigestão de foie gras e à ingestão da lista, cada vez mais longa, dos aumentos (agora plurianuais, crise oblige) da electricidade, do gás, da gasolina, do preço dos transportes, dos selos, dos cigarros, dos seguros, etc, e às embouteillages no periférico, au monde fou nos cais do metro, às bichas intermináveis nas paragens dos autocarros mas, sobretudo, ao regresso au travail com um "bonjour-vivement-vendredi". Desejamos “bonne année” aos vizinhos e colegas, sabendo de antemão que pouco ou nada será melhor. Mas fazemos semblant... este ano, et pour cause, mais que no passado.
E por passado, mas sempre presente, foi na madrugada de 2 de Janeiro de 1966, que a minha mãe, com 41 anos, fechou os olhos para sempre.
Ó minha querida Helena, Natal e Ano Novo são nefastos para nós!
ResponderEliminarRego no meu jardim de recordações
ResponderEliminara primeira flor, Mãe de todas as pétalas
de rosa branca.
Rego com lágrimas evaporadas no tempo
a primeira Dor, Mãe de todos os silêncios
que o corpo aguenta...
Rego no meu jardim de esperança esse alento
na primeira brisa, Mãe de todo o impulso
que roubo ao vento.
Rego no meu jardim os meus entes queridos
a primeira luz, Mãe de todos os sorrisos
de boca sedenta,
num beijo atento...