quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

depois do lançar dos foguetes, apanham-se an canas

foto de Tim Laman

Não gosto do segundo dia do ano porque, depois dos cadeaux e dos réveillons opíparos regados com pétillants votos de santé, tudo recomeça como antes: as “gueule de bois” que se traînent devido à indigestão de foie gras e à ingestão da lista, cada vez mais longa, dos aumentos (agora plurianuais, crise oblige) da electricidade, do gás, da gasolina, do preço dos transportes, dos selos, dos cigarros, dos seguros, etc, e às embouteillages no periférico, au monde fou nos cais do metro, às bichas intermináveis nas paragens dos autocarros mas, sobretudo, ao regresso au travail com um "bonjour-vivement-vendredi". Desejamos “bonne année” aos vizinhos e colegas, sabendo de antemão que pouco ou nada será melhor. Mas fazemos semblant... este ano, et pour cause, mais que no passado.
E por passado, mas sempre presente, foi na madrugada de 2 de Janeiro de 1966, que a minha mãe, com 41 anos, fechou os olhos para sempre.

2 comentários:

  1. Ó minha querida Helena, Natal e Ano Novo são nefastos para nós!

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  2. Rego no meu jardim de recordações
    a primeira flor, Mãe de todas as pétalas
    de rosa branca.
    Rego com lágrimas evaporadas no tempo
    a primeira Dor, Mãe de todos os silêncios
    que o corpo aguenta...

    Rego no meu jardim de esperança esse alento
    na primeira brisa, Mãe de todo o impulso
    que roubo ao vento.
    Rego no meu jardim os meus entes queridos
    a primeira luz, Mãe de todos os sorrisos
    de boca sedenta,
    num beijo atento...

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