sábado, 29 de dezembro de 2012

Paulo Rocha - e os (meus) verdes anos


  
"Paulo Rocha, un des grands noms du cinéma portugais d'avant-garde, est mort à l'âge de 77 ans, a indiqué samedi 29 décembre l'agence Lusa citant un proche du réalisateur. Il avait été hospitalisé à Porto suite à un accident vasculaire cérébral, selon le quotidien Publico.
Le cinéaste était connu pour les films A Ilha dos Amores (L'ile des Amours), présenté au festival de Cannes en 1982, et surtout Os Verdes Anos (Les vertes années), réalisé en 1963 et inspiré de la nouvelle vague française et du néo-réalisme italien.
Né le 22 décembre 1935 à Porto, Paulo Rocha avait fait ses études à Paris à l'Institut des hautes études cinématographiques (IDHEC), avant d'être assistant-réalisateur du cinéaste Jean Renoir.A son retour au Portugal, il avait travaillé comme assistant du célèbre réalisateur portugais, Manoel de Oliveira pour Le Mystère du printemps (1963).
Apparu dans les années 1960 en pleine dictature salazariste, le cinéma portugais d'avant-garde, était censuré par le pouvoir mais n'en n'avait pas moins acquis une renommée internationale". Le Monde
 
"(...) "foi o que melhor soube fazer a relação entre a poética do cinema e a poética do país" (...)
 
Na década de 1960 em que Rocha começou a filmar, diz Grilo, tanto Rocha quanto Fernando Lopes "usam a arte para interpelar a vida" tendo que "filmar contra a maré, fazendo literalmente das tripas coração, numa altura em que rebentam as novas vagas [cinematográficas]" em França ou em Itália. "Há uma conjuntura que o Paulo lê muito bem e incorpora-a. Cada um dos filmes do Paulo Rocha é um objecto singular em que há uma relação directa entre as personagens e a história  - são grandes documentários da vida portuguesa" (...) palavras de João Mário Grilo no PÚBLICO .
 
Este ano perdemos Fernando Lopes e agora Paulo Rocha. O cinema está de luto. Eu também.

 

2 comentários:

  1. Podemos sentir nostalgia de um tempo em que ainda nem existíamos? Sucede-me tanto...
    Esses dias a cinzas pintalgados de ânsias libertárias, esses tempos de interrogações e medos, dias de conjuras e segredos; essa música, esses acordes tremendos e galgar pelas veias...
    São as cordas da guitarra e o som do respirar.
    Repetem o tam-tam do coração.
    Esses tempos em que, sem o saber, eu já nascia...

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  2. Conheci o Paulo. Acompanhou um ciclo já fechado da minha vida. Mas mantivemos sempre ambos um gosto comum pelo Japão.
    Os verdes anos de então, que longe que estão dos de hoje...

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