sexta-feira, 2 de março de 2012

Remédio anti-crise

"Comment renflouer les finances publiques quand le budget d'une commune se trouve plombé par la crise ? Rasquena, localité du nord-est de l'Espagne, avance une solution originale. Son plan d'action municipal anticrise prévoit d'autoriser la plantation de cannabis, rapporte le quotidien Diaro de Sevilla.
 La commune compte créer une entreprise publique pour aider les propriétaires de terres  à les louer à une association légale de consommateurs, précise le quotidien ABC. Huit hectares de chanvre indien devraient ainsi  prochainement être cultivés par l'Association barcelonaise de consommation privée de cannabis (ABCDA) pour ses quelque cinq mille membres.
Comme beaucoup de communes espagnoles, ce village de neuf cents âmes est lourdement endetté, de 1,3 million d'euros. "La commune a beaucoup de difficulté avec la crise, beaucoup de gens sont au chômage. Maintenant, on nous demande de rembourser les dettes à un rythme impossible pour un petit village", fait valoir Josep Maria Insausti, conseiller municipal chargé des affaires économiques.
Selon lui, le prix de location des terres destinées à cette culture devrait être multiplié par plus de dix par rapport aux baux normaux. Une demi-douzaine de propriétaires sont d'ores et déjà intéressés. Seule la surveillance des plantations sera à la charge de la commune.

Avis à ceux qui voudraient faire la même chose, si l'autoproduction et la consommation de haschich ne sont pas un délit en Espagne, elles le sont en France". Le Monde

3 comentários:

  1. Foi Garcia de Orta, um judeu português perseguido pela inquisição, o primeiro a descrever "cientificamente" (uso as aspas porque a ciência moderna nascerá só no Séc XVII) o cânhamo indiano.
    O cordame e as velas das naus portuguesas que deram novos mundos ao mundo eram feitas de cânhamo - indústria que durou em Portugal até ao século XX, designadamente no Ribatejo.
    Para além das variedades que crescem em altura para produzir fibras de onde se faz papel, tecidos, etc... as virtudes inebriantes da flor do cânhamo podem parecer assustadoras aos leigos e aos mal informados, incluindo os que apenas têm como referência as velhas lendas da contra-propaganda (hassan-I-Sabbah, o "velho da montanha" que o usava para adestrar os seus acólitos na arte do assassínio - haschischin-assassin) ou as fantasias do clube de Théophile Gautier, Balzac, Baudelaire etc... Que comiam haxixe, engolindo quantidades extraordinárias junto com café. Rimbaud escreverá: «Hoje engoli uma notável porção de veneno. Três vezes seja bendita esta belíssima ideia». Mas a despeito do que possam ser os efeitos assustadores induzidos por excessos (as gargalhadas e a sensibilidade estética não costumam assustar muito, mas enfim...), e não menosprezando os casos de deriva psicótica de alguns adolescentes, a verdade é que o cânhamo não mata, não é neurotóxico (sendo por isso um erro chamar-lhe 'estupefaciente') e não há casos de 'overdose', mortes, etc. A maior preocupação que deveremos ter com os jovens é a que se refere às drogas legais propagandeadas por toda a parte, designadamente o álcool que destrói fígados e famílias, que mata nas estradas e por toda a parte, com o beneplácito de pais e educadores, que sempre toleraram e acharam graça aos borrachões.
    Pessoalmente, acredito que uma planta que é capaz, por exemplo, de ajudar as associações de mulheres de Tarragona/Barcelona com cancro da mama a lutar contra os efeitos devastadores da quimioterapia, que deu provas contra a dor crónica, a esclerose múltipla e o glaucoma, que não esgota os solos e do qual se pode fabricar uma quantidade enorme de produtos, desde materiais para construção civil até alimentos virtuosos, passando pelos tecidos, etc... é uma planta que pode ajudar a construir um mundo melhor. Pessoalmente, uso-a sempre que posso desde há exactamente 36 anos e não estou nada arrependido.

    ResponderEliminar
  2. http://triplom.blogspot.com/2012/02/inovacao.html

    (e para além do mais, é uma planta muito bonita...)

    O que muito sinceramente me enjoa é a proliferação do método holandês induzido pelo proibicionismo, isto é, a produção do que eu chamo "erva de aviário", que foi manipulada geneticamente e, por isso, é potente nos efeitos, mas sabe mal e cheira mal, tendo crescido à base de doses de fertilizantes e produtos químicos debaixo de luzes artificiais. Uma porcaria autêntica a que condenam os apreciadores...

    ResponderEliminar
  3. Muito boa a informação do Francisco, associada ao post. Acrescento que o proibicionismo nos USA teve a ver, essencialmente, com o início da produção do "nylon" e outros derivados do petróleo. Era preciso parar o cânhamo. A saúde pública foi o pretexto. Vale a pena recuperar esse processo para quem se interessa pela mentira económica.

    ResponderEliminar