quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Erik Satie



Quando oiço Satie, lembro-me de uma noite no Botequim em que um jovem pianista  tocou a "Gnossienne 3"  enquanto se esperava que Natália Correia  desse inicio à tertúlia, que nessa noite acabou, como sempre, de madrugada. Apercebendo-me que o meu amigo Zé tinha bebido mais que costume, sugeri-lhe que entrássemos de táxi. Ele não quis, insistindo que estava muito bem e que me levava a casa. Passada a porta do Castelo de São Jorge, as ruas são muito estreitas e mal iluminadas. Num breve momento de distracção, o que eu temia aconteceu: o Zé meteu-se pela rua errada e, às tantas, o carro ficou entalado entre dois prédios. Nem para trás nem para a frente. Ficamos logo sóbrios! O que nos valeu, foi o degrau mais baixo de uma das casas deixar que a porta de trás se abrisse o suficiente para podermos sair. Ao fim de um certo tempo, que me pareceu uma eternidade, e com muito custo, saímos sem acordar ninguém. Fomos, em bicos-de-pés, até ao Largo da Igreja buscar o meu carro e levei o Zé a casa.
A chegada do remoque, a meio da manhã, não acalmou os habitantes da rua e ainda atiçou o escárnio dos moradores do Castelo que ainda hoje perguntam quem foi o "habilidoso" que lhes entupiu a rua...

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