Lacrimae Rerum
Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!
Aonde são teus sóis, como corte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem porque vaga desolado
E em vão busca a certeza que o conforte?
Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...
É tudo, em torno a mim, dúvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das coisas tenebrosas...
Antero de Quental, in "Sonetos"
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!
Aonde são teus sóis, como corte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem porque vaga desolado
E em vão busca a certeza que o conforte?
Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...
É tudo, em torno a mim, dúvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das coisas tenebrosas...
Antero de Quental, in "Sonetos"
Que boa escolha para traduzir um estado de espirito coletivo.
ResponderEliminar...partir para uma Índia Nova, feita da matéria de que os sonhos são feitos, foi a opção saudosista, integralista e de algum modernismo. Agora que os tempos são semelhantes, que campeia a onzena sem rédea nem freio; que partem as gentes, descalças e de cotovelo roto, para outras terras; que se vive um tempo apocalíptico em que a razão fica aposentada e os filhos de uma pátria morta (sim, porque como sabemos, Portugal desceu ao túmulo), tal como na geração neo-garretista, procuram refúgio no sonho. De se desejar sempre ir além do impossível. Dobrar o cabo da alma e ser sempre qualquer coisa e o seu contrário, a soma ou a ausência. Nihil. Karuna, karuna, aqui e agora, aqui e agora...
ResponderEliminar...partir para uma Índia Nova, feita da matéria de que os sonhos são feitos, foi a opção saudosista, integralista e de algum modernismo. Agora que os tempos são semelhantes, que campeia a onzena sem rédea nem freio; que partem as gentes, descalças e de cotovelo roto, para outras terras; que se vive um tempo apocalíptico em que a razão fica aposentada e os filhos de uma pátria morta (sim, porque como sabemos, Portugal desceu ao túmulo), tal como na geração neo-garretista, procuram refúgio no sonho. De se desejar sempre ir além do impossível. Dobrar o cabo da alma e ser sempre qualquer coisa e o seu contrário, a soma ou a ausência. Nihil. Karuna, karuna, aqui e agora, aqui e agora...
ResponderEliminar